SÁBADO, 21 DE JUNHO DE 2008
14-20 de Junho
Checkpoint do período:
- Já comprei os paus para as portas da horta: agora é só fazê-las. Tenho que desenhar todo o processo antes que dê burrada. Essa de que os portugueses são bons a desenrascar é uma grande treta. Eu cá desenrasco-me bem com um bom plano.
- Isto na estufa não vai já com mangueiradas. Com este calor e as minhas ausências vão-se-me as plantinhas todas. Fenecem, coitaditas. Entretanto, inventei um sistema através da reutilização de RSUs que me minimiza o problema e me atesta como amigo do ambiente. Que isto de amizades só me quero com boas companhias.
- Os cravinhos amarelos já têm as orelhas verdes de fora, todas alinhadinhas em fileiras, parecem um exército de soldadinhos de chumbo. As margaridas brancas estão a pegar. Ao salgueiro chorão (salix babylonica), que tinha plantado ao lado de um difusor, caíram-lhe as folhas todas e agora estão-lhe a despontar folhinhas novas tenrinhas de verde.
- Ainda não deu o badagaio à traquitana da roçadeira a motor. Lá lhe descobri mais um parafuso de afinição e a coisa endireitou-se um bocado. Deu para limpar a norte da horta. Apliquei o produto no "dedão" a ver se elimino a invasão da grama. Com este calor talvez o problema esteja resolvido numa semana.
- Limpeza geral das roseiras com o corte das rosas mortas e desbaste dos ramos inúteis para clarear o roseiral que se pôs denso e a abafar outras espécies.
- Limpeza geral dos caminhos do bosque atapetados de folhas secas de carvalho e de sobreiro. Amontoados e triturados vão para as zonas novas da horta para correcção orgânica do solo.
- Mudança da composteira para RSUs orgânicos domésticos. Eram tantas as minhocas que dava gosto vê-las a acotovelarem-se umas às outras. Pareciam um rebanho de ovelhas frenéticas.
- Fazer e montar as portas que a horta parece a colónia de férias dos coelhinhos. Tenho-os visto com binóculos da janela a norte do mezaninho: gorduchos e compridões, devem ter um sabor ligeiramente adocicado a alface que, em vez de me crescer, está a decrescer a olhos vistos. Há dias, a Ratita preparou-lhes uma emboscada: estava um, nédio e lustroso, a dar à bigodaça em cima do monte de composto, e ela em posição de atalaia, corpo tenso e controlado, um ror de tempo, só deus sabe! Apoiei os cotovelos no parapeito da janela que os binóculos são pesados e qualquer oscilar turva a visão. Na gata não se via mas sentia-se o coração a bombar. E o coelho na maior. Na gata tudo músculo comprimido, pronto a disparar. A certa altura, o coelho sentiu ou pressentiu qualquer coisa no ar, talvez o silêncio que se faz na natureza nestas alturas, e zás! fez-se à correria. O pulo da gata foi imediato e certeiro, só que em vez de aterrar sobre o coelho foi parar ao sítio onde este estivera. Foi um gozo ver a correria dos dois. A gata pareceu-me bem veloz mas não atinou com o movimento em ziguezague do lanudo. Desistiu. Que isto de felinos é sim ou sopas, que não ficam a discutir se a culpa é do treinador ou do relvado.
- Verificação e correcção geral do sistema de rega: verificar os temporizadores, a pressão e eventuais fugas e testar a limpeza dos gotejadores e difusores e regular o seu alcance.
- Continuar as limpezas gerais do terreno, dos caminhos, do jardim e da horta.